A Luz No Fim Do Túnel

  Apesar da luz no fundo desse túnel em meio a um completo escuro, ele parece não ter fim... O barulho das sirenes já estão quase me ensurdecendo, ecoam em meus ouvidos e provocam leves e frequentes dores em minha cabeça... Droga! São como pontadas em minha mente, meu cérebro está funcionando lentamente, e esse barulho... Droga, esse barulho me confunde cada vez mais!
  E esses bipes por trás do toque da sirene, esse bipes... De onde eles vem?
  Estou tão cansado, tão confuso, que tenho que olhar para a luz para lembrar pra onde estou indo quase toda hora. E eles, eles ainda estão atrás de mim, não desistem de tentar me alcançar. Eles me querem a todo custo, parece que vão me seguir até o inferno se for preciso, enquanto tiverem chances de vencer, tentarão me alcançar e me levar para lá, foi o que disseram.
  Correndo eu torci meu tornozelo, droga! Agora estou mancando, praticamente arrastando a perna pelo chão, sempre a diante, eu tenho que alcançar logo o fim desse túnel...
  Minha perna me atrasou muito, agora eles estão mais perto, o máximo que consigo fazer é apressar o passo e tentar caminhar um pouco mais rápido. Se eu tentar correr há grande risco de acabar tropeçando, caindo estirado ao chão, e o final todos já sabem.
  Falta pouco, estou quase chegando àquela luz. Eles estão logo atrás de mim... Parecem aborrecidos por eu estar quase conseguindo escapar de vez da vista e das mãos deles, compreensível até.
  Está cedo para o fim de um jovem de 25 anos, ainda não é hora de eu ter minha vida de aventuras interrompidas... Finalmente cheguei à claridade, a luz vem de uma porta, e eu não tenho escolha senão, adentrá-la.
  Enquanto passo pelo marco posso ouvir a voz de um homem dizendo:

- Paciente de volta à vida.

  Abro meus olhos e percebo que se tratava de um paramédico, o barulho de sirene que eu tanto ouvia, eram da ambulância que me carregava até o hospital. Os bipes? Era o som da máquina de choque que usavam tentando me salvar de uma morte causada por um suposto ataque cardíaco.
  Será que posso me orgulhar de contar a você que sobrevivi? Pois eu sobrevivi...

Àqueles malditos ceifadores que me perseguiam!