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Hello, psicos!
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Aqui estou eu de novo, trazendo mais uma creepy quentinha como a boca do inferno pra vocês. Espero que gostem, e uma boa leitura! ♡
[ ♥ UMA HISTÓRIA PARA DORMIR ♥ ]
Minha favorita era A Bela Adormecida, toda a vez que mamãe me contava, eu sentava na cama para ver as imagens. Mas em uma noite, mamãe trouxe um livro diferente... Era velho, empoeirado e tinha um símbolo bem estranho na capa que parecia com uma estrela de cabeça para baixo. Não era nada que eu já tivesse visto antes então imaginei que a poeira fosse por conta da estante, talvez fosse um daqueles livros velhos de quando mamãe era criança que ficavam no fundo da prateleira a anos. De qualquer forma, não perguntei, só esperei para ouvir a história pois estava coberta de curiosidade.
Quando mamãe começou, confesso não ter entendido nada. Não fazia ideia de que mamãe soubesse ler outra língua e, para falar a verdade, fiquei objetivada a pedir que ela me ensinasse aquilo, parecia algo interessante de aprender.
Ao longo das páginas que ela folhava e eu não entendia nada do que dizia, me sentei na cama para tentar ver quando a história começaria. Estava ansiosa para imaginar a história como fazia toda noite mas, tudo o que vi foi escrita, escrita e mais escrita... Até que em uma das páginas, apareceu a figura do que eu imaginei ser o personagem principal da história que mamãe iria contar. E, sendo bem sincera, quando vi a figura desisti imediatamente de querer um cenário em minha cabeça. Definitivamente eu não iria querer aquela coisa em meus pensamentos.
Era um ser magro, com chifres grandes, olhos vermelhos, da cintura para baixo bode, da cintura para cima homem. Tinha garras no lugar de unhas, era escuro, parecia um cinza indefinido... Era de dar arrepios!
Perguntei a mamãe que história era aquela e a única coisa que ela me disse foi que era uma que já estava na hora dela me contar. Não entendi, mas nem me interessei em perguntar de novo ou tentar entender do que ela estava falando, apenas pedi que ela parasse de contar e disse que queria dormir como desculpa, eu estava com medo... Por um momento até pensei ela não ter escutado meu pedido, estava lendo mais alto do que de costume e mais um pouco eu diria que ela estava gritando. Mas alguns minutos depois ela parou. Os minutos que pareceram os mais longos da minha vida.
Pedi que ela me tapasse e que dormisse comigo mas ela disse que tinha coisas a fazer, segundo ela, assuntos inacabados que eu não entenderia. Fiquei desapontada, e logo que ela saiu do quarto fiz algo que não costumava fazer toda noite: rezei. Clamei aos anjos por proteção e pedi a Deus que me livrasse de pesadelos pois, aquela noite sem dúvidas havia sido a mais estranha de toda a minha vida...
Assim que terminei a oração, senti vontade de ir ao banheiro. Ele ficava ao lado da sala então, era inevitável olhar para lá, e quando o fiz, vi mamãe retirando da mesa coberta por uma toalha negra diversas velas. De início pensei ter faltado luz pois a sala estava escura mas, depois levei em conta que quando fui ao banheiro havia tocado o interruptor e a lâmpada havia acendido. Então, de fato, o motivo não era esse.
A toalha preta era coberta de símbolos brancos desenhados, um era igual ao da capa do livro que mamãe havia lido para mim mais cedo, aquele era o maior deles. Pensei em perguntar o que era aquilo mas, mamãe me daria bronca por não ter dormido ainda, então voltei para o quarto e me deitei na cama como se dela nunca tivesse saído.
Passados alguns minutos a Bela Adormecida adormeceu. Mas esta não foi acordada por um príncipe apaixonado e sim, por algo monstruosamente horripilante que em exatas 3 horas da manhã, entrou no quarto e fez-se impossível não sentir sua presença. Acordei incomodada tanto por sentir não estar sozinha no ambiente, quanto por um cheiro imenso de podridão invadir minhas narinas enquanto dormia.
Ao abrir meus olhos, me vi paralisada, estática. Não conseguia me mexer, era como se não controlasse os movimentos do meu corpo que nem acontece com aqueles que são paralíticos. As únicas coisas que eu conseguia fazer era respirar e mover meus olhos, este primeiro que eu lamento muito em certo ponto.
À medida que meus olhos corriam arregalados visando toda a estrutura do cômodo, um ser horrendo apareceu no meu campo de visão. O mesmo ser ao qual mais cedo eu tinha visto como figura no livro que minha mãe lia, porém, este se mexia e em segundos tomou frente a mim... Ele pôs sua língua cortada e nojenta da cor vermelho-rubro para fora e salivou minha bochecha toda, lambendo-me como se saboreasse a um sorvete gostoso. Sua baba pútrida e gosmenta lambuzou meu rosto de maneira que se eu conseguisse, provavelmente teria gritado.
Como se não fosse o suficiente, ele passou sua mão pelo meu corpo arrastando suas garras de uma cor cinza escuro e rasgando minha roupa até chegar ao centro do meu abdômen. Onde parou, posicionou uma de suas unhas afiadas e a afundou em meu corpo. Rasgando minha pele levemente e passando os dedos sobre o sangue, levando-os a boca e chupando com uma espécie de desejo, uma êxtase macabra. Porém, ao longo de que fazia isso algo roubou sua atenção... Ele desviou seu olhar de mim, para a porta do quarto com um olhar surpreso e devidamente flagrado.
Imaginei ser mamãe que tivesse chegado para me salvar mas, logo vi que não se tratava dela, pois um clarão tomou conta do quarto e por um instante um som agudo e contínuo se fez ouvir. Não demorou muito para que eu sentisse meus braços, minhas pernas... Sentisse poder me mover novamente e assim, imediatamente me sentei na cama.
O monstro havia sumido e na minha frente, nos pés da minha cama, estava sentado o motivo pelo qual eu enxergava o quarto todo de novo e o pelo qual eu podia me mover mais uma vez. Este motivo tinha um par de asas longae e belas, possuía uma luz que até então eu nunca havia visto igual. Uma luz de paz, tranquilidade, sossego... Uma luz de amor. Sua existência era clara e sua aparência quase transparente. Ele estava sorrindo e somente quando criei coragem de perguntar, ele me disse de quem se tratava.
一 Quem é você? Ou, o que é você? 一 pronunciei calmamente, uma calma que ele mesmo me passava.
一 Eu sou aquele para quem você orou, aquele que ouviu sua prece e aquele a quem seu Criador deu a ordem de lhe proteger.
一 Você é um anjo? 一 perguntei curiosa, mas apavorada.
一 Um arcanjo. O Arcanjo... Me chamo Miguel.
一 Eu estou sonhando? 一 questinonei, apesar das evidências apontarem para uma resposta negativa.
一 Os sonhos não passam de distorções da realidade, de mundos alternativos, então não. Estamos na sua cama, e conversando neste exato momento, e isso é totalmente real. Mas... Caso você queira que isso pareça um sonho, podemos providenciar devida exigência se isso for pelo seu bem.
一 Não, não... Está tudo bem. Mas, onde está mamãe? Onde está o monstro?
一 Sua mãe está dormindo, e o monstro se chama Lúcifer, ele está onde deveria estar.
一 O que falo quando mamãe acordar? 一 questionei um pouco pensativa, um pouco em choque. Talvez uma mistura dos dois.
一 Quando ela acordar, você não vai estar aqui, e logo logo ela também não vai estar.
一 Você vai nos matar? 一 recuei meu corpo, desconfiada.
一 Não. Me ouça, quando eu for embora você vai ir à polícia e mostrar o corte em sua barriga, vai dizer que sua mãe tentou lhe matar e quando eles lhe trazerem para casa vai mostrar a eles a toalha de mesa, o livro, e as velas que você a viu retirar da sala. Você entendeu?
一 Mas mamãe não tentou me matar, vou estar mentindo se disser isso... Eu achei que anjos não mentissem!!!
一 Não é mentira, sua mãe invocou o monstro. 一 ele tocou minha cabeça e imagens surgiram na minha mente. Vi mamãe, o demônio, os símbolos e mamãe realizando um ritual indiretamente.
Tudo pareceu fazer sentido, então acenei com a cabeça e fiz o que o ser celestial me pedia. Ele em seguida voltou para o céu, a polícia prendeu minha mãe, estou até hoje morando com minha tia, agora tenho 15 anos e desde àquele dia não vi mais Miguel ou àquele a quem chamava de monstro.
Mas a algumas noites tenho tido pesadelos incomuns. Este é o motivo que me fez decidir anotar o que aconteceu comigo anos atrás pois, talvez um dia estes registros sirvam para algo e, talvez um dia eu sinta aquele cheiro novamente, o cheiro da morte, o cheiro de morte. Mas enquanto isso, vou rezar para que demore a acontecer. Vou rezar para que Miguel me proteja.
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