Mar de Insanidade

Minha sanidade era como a chuva,
Em que partículas d'água se aglomeram,
Pesando as nuvens até cederem;
Assim como meus pensamentos
Que pesavam na minha mente,
E no fim eu era como um peixe,
Nadando contra a corrente.

Eu me esforçava para seguir,
Eles me forçavam a ficar...
E era o peso de meus pensamentos
O que tentava me afundar.
As mágoas eram uma bagagem
Que me impedia de partir,
Eu tentava me livrar delas,
Mas era difícil de conseguir.

Meus demônios gritavam
Tentando afogar minha sanidade
Em um mar de ressentimentos,
Não resisti e me entreguei
Ao prazer de ouvir choros e lamentos;
Matei um, matei dois, matei três...
Nadei em uma poça de sangue
E repeti tudo outra vez.

Uma sede me dominava,
Ressecava meu coração...
Pra saciar continuei matando,
Me afundando em desilusão;
E quando estava no máximo da malignitude,
Percebi que me tornara
Um humano sem virtudes,
Me permiti cair sob a chuva
Com um tiro certeiro na cabeça,
Pois notei que afundara minha alma
Até não sobrar nada que permaneça.


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