Armadilha Estereótipa


Há uma luz no horizonte,
Ninguém sabe se se deve alcançá-la;
"Pode ser só uma armadilha",
"Um chamariz para capturá-la".

Mas no escuro é tudo tão medonho,
Os rostos se escondem com facilidade;
Assim como acontece em sonho,
Um borrão que esconde a identidade.

Não consegue identificar suas companhias,
Desconhece se são amigos ou o oposto;
São só silhuetas no escuro vazio,
Indivíduos a quem não se consegue ver o rosto.

Mas o que teria a perder caminhando até a luz?
Até a silhueta que a chama prometendo ajudá-la?
Ela descobre correndo até lá,
Por temer que as sombras fossem matá-la.

A silhueta lhe recebe de imediato,
Como se a ela aquilo custasse a vida;
A menina ilulida com a salvação,
Condenara-se à uma morte prometida.

Do escuro saiu por temer ao desconhecido,
Achando que somente na luz estaria segura;
Mas da pior forma descobriu a verdade,
Na luz também habita a maldade pura.

Sua carne serviu de alimento ao 'salvador',
Seus ossos deram para entreter aos animais;
Morreu por um preconceito de cor,
Por pensar que a luz não carrega escuridão por trás.



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